Como funciona o gerenciamento da rotina nas empresas?

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Ainda que os grandes cases ressaltem os feitos extraordinários, são as atividades que a empresa realiza todos os dias, de maneira padronizada e metódica no centro da operação, que determinam seu sucesso a longo prazo. Afinal, as grandes inovações e práticas disruptivas só concretizam seus efeitos quando transformam o cotidiano de consumo ou produção.

Por isso, os focos de uma companhia bem-sucedida devem ser a construção e o gerenciamento da rotina produtiva. Assim, será possível evoluir constantemente e obter o máximo de resultados com cada um de seus processos habituais.

Por essa razão, ao longo das próximas linhas, apresentaremos quais vantagens sua organização obterá ao implementar o gerenciamento de rotina, bem como os passos para incorporar uma metodologia de gestão de rotina eficiente no cotidiano. Então, fique atento a cada uma das etapas e comece a aplicá-las agora mesmo!

Que resultados o gerenciamento da rotina traz?

Em resumo, a rotina é tudo aquilo que se realiza com habitualidade. O ato de gerenciar, por sua vez, abrange planejar e organizar um processo de trabalho. Unindo as duas definições, o gerenciamento de rotina compreende o processo de planejamento e organização das atividades que uma empresa realiza com frequência – a operação.

O controle dessas tarefas tende a produzir inúmeros benefícios na organização. A seguir, veja alguns deles.

Aumento da produtividade

Com objetivos e etapas de execução desenhadas, o primeiro impacto do gerenciamento de rotina é a redução dos desperdícios de tempo e recursos. Como consequência, é possível verificar o aumento da produtividade na empresa.

Previsibilidade

Uma rotina bem estruturada dá ao gestor uma visão holística dos processos de produção e, consequentemente, impõe metas mais condizentes à realidade organizacional. Tais objetivos tendem a tornar mais acertadas as previsões de resultados.

Identificação de gargalos e melhoria contínua

Um processo bem estruturado, com indicadores de performance específicos para cada uma das rotinas que compõem a operação, permite ao gestor identificar exatamente em que ponto da produção estão os temidos gargalos. Dessa forma, torna-se viável trabalhar sobre eles.

Por fim, a gestão de rotina tem como finalidade identificar as falhas ou oportunidades de otimização e, assim, tornar a empresa mais produtiva em todas as etapas.

Quais são os passos necessários para implementar esse gerenciamento?

Para usufruir os benefícios elencados no tópico anterior, é preciso estruturar uma metodologia consistente de gestão de rotina.

Abaixo, apresentaremos um dos métodos mais consolidados nesse sentido: o PDCA. O mnemônico designa as iniciais de Plan, Do, Check e Act – Planejar, Executar, Verificar e Agir, em português. Trata-se das quatro etapas do gerenciamento de rotina.

Planejamento e construção das rotinas

Tudo começa com um plano consistente de melhoria. Nele, o gestor de rotina deve identificar as demandas da organização, bem como a capacidade de produção.

Com base nesses dois indicadores, é preciso formular uma meta para o trabalho diário que seja simultaneamente desafiadora e realizável. Para alcançá-la, os gestores técnicos devem formular um procedimento de execução que será acompanhado pelos responsáveis estratégicos.

Execução das novas tarefas

Nessa segunda etapa, é dever do gestor de rotina informar os colaboradores acerca das novas metas e treiná-los conforme o procedimento desenhado na fase anterior.

Análise das entregas

Por melhor que seja o planejamento, a execução pode mostrar que a meta era irreal ou que o procedimento simplesmente não era adequado para produzir a entrega esperada.

Por isso, é preciso monitorar os resultados, investigar as anomalias e conversar com a equipe em reuniões frequentes e rápidas, para entender os motivos de uma entrega não realizada ou sem qualidade. Os pontos levantados nesses encontros devem ser corrigidos de forma imediata.

Aprimoramento dos processos

O gestor do processo deve olhar para os indicadores de maneira mais ampla e entender quais processos atrasam a produção final da empresa de algum modo. Também é necessário detectar os pontos que poderiam ser trabalhados para tornar a organização mais produtiva.

Em alguns casos, será preciso promover apenas uma mudança de processo. Em outros, cabe ao gestor contratar mais pessoas ou comprar maquinário para que a companhia atinja sua máxima eficiência.

Vejamos como funciona um processo do tipo no cotidiano de uma cozinha fast food, exemplo clássico de gestão de rotina. Para manter a organização operando, os profissionais do caixa, da cozinha e do estoque precisam trabalhar de maneira sincronizada e com o máximo desempenho.

No planejamento, a equipe gerencial definiu que, para que o fast food atingisse o máximo potencial, seria necessário que o atendimento coletasse, no mínimo, 40 pedidos em uma hora e a cozinha os entregasse em menos cinco minutos. Para tanto, o estoque não poderia demorar mais de dez minutos ao repor um item em falta.

MetaResponsávelSemana 1Semana 2Semana 3Semana 4
> 40 pedidos/horaAtendimento35353540
< 5 minutos de esperaCozinha9947
< 10 minutos de tempo de reposiçãoEstoque12101010

Na primeira semana, todos os indicadores estavam abaixo do esperado. Imediatamente, houve uma ampliação do espaço destinado ao estoque na cozinha, para reduzir a necessidade de reposição e, por consequência, o tempo de entrega. Isso diminuiu a espera dos pedidos e provou que a cozinha poderia responder a uma demanda maior na terceira semana.

Porém, quando aumentaram a capacidade do atendimento, com a adição de um operador de caixa, a cozinha mostrou-se ineficiente para atender os 40 pedidos previstos na meta inicial. Por isso, a gestão de rotina necessita ser um processo contínuo.

Quais ferramentas e práticas são mais indicadas para melhorar o processo?

Para tornar a rotina da sua organização mais eficiente e produtiva, você e seus colaboradores podem se valer de algumas ferramentas práticas que reduzem o tempo gasto no planejamento e na execução das tarefas.

A gestão do tempo e o ciclo pomodoro

Começaremos pelo mundialmente conhecido ciclo pomodoro. O método determina períodos de trabalho contínuo, seguidos de um pequeno intervalo, como forma de ampliar o foco na tarefa em execução.

Em sua versão tradicional, o pomodoro é um cronômetro de 25 minutos de trabalho, seguidos por 5 minutos de descanso durante quatro vezes. Após as repetições, a pessoa pode se dar ao luxo de um intervalo mais longo.

A gestão de tarefas e o kanban

O sistema é facilmente associado às paredes lotadas de post-its nas startups e nos departamentos de marketing. Ele visa apresentar, de maneira simples e visual, as tarefas que precisam ser executadas em uma empresa.

Nesse modelo, o quadro kanban representa um grande projeto – e cada post-it, uma tarefa que deve ser movida entre as colunas (a fazer, em andamento e concluído) durante a execução.

O método se tornou tão comum que diversos softwares de gestão, como o Trello e o Asana, utilizam-no para tornar uma empresa ou um departamento mais produtivo.

O planejamento do trabalho e os mapas mentais

Sem a pretensão de esgotar as ferramentas de gestão de rotina, você pode contar com um software de criação de mapas mentais para visualizar um projeto extenso e desmembrar grandes demandas em outras menores. Dessa forma, é possível ter uma visão mais clara do andamento das etapas.

Em resumo, gerir a rotina é planejar e monitorar a execução dos processos que compõem o cotidiano da sua empresa. Para que seja possível atingir o máximo resultado, o gestor deve avaliar periodicamente os números de desempenho em busca de gargalos que, se solucionados, podem maximizar o desempenho organizacional.

Para executar o gerenciamento da rotina de sua organização e aplicar um modelo mundialmente conhecido, conte com o apoio da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Nossos consultores o ajudarão a visualizar todas as áreas de maneira sistêmica e o impacto de cada uma nos indicadores-chave da empresa. Entre em contato conosco!

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