No dia a dia, muitas organizações direcionam seus esforços para o processo produtivo, de modo que seus gestores são profundos conhecedores do negócio, mas pecam quando o assunto é consolidar a profissionalização na gestão. Logo, seus resultados ficam aquém do potencial da empresa.
Na verdade, em diversos casos, a preocupação com essas competências só aparece nas crises. Assim, a prática se transforma em uma mudança radical, quando poderia integrar os planos para o crescimento e ser gradualmente implementada.
A seguir, abordamos a importância da profissionalização na gestão, não só do ponto de vista da sobrevivência do negócio, mas, principalmente, de sua continuidade. Prosssiga a leitura e torne sua empresa mais competitiva!
O que significa profissionalizar a gestão de uma empresa?
A profissionalização pode ser enxergada sob duas perspectivas. Na primeira, olha-se para as competências dos líderes e colaboradores, enquanto, na segunda, o foco são os processos e sistemas da organização.
Ter profissionais qualificados
Diz respeito às competências técnicas e comportamentais. As pessoas da empresa – especialmente as que estão em posições de chefia – precisam desenvolver a capacidade analítica e processual dos temas, abordagens e metodologias de gestão.
O problema é que, por vezes, os profissionais responsáveis pela tomada de decisões conhecem muito bem o negócio, mas apresentam deficiências nos demais aspectos. Logo, eles mergulham nas questões operacionais, em que se sentem mais confortáveis, deixando o direcionamento estratégico em segundo plano.
Ter estruturas e sistemas de gestão
Corresponde à criação e à implementação de processos de gestão, como preparação de sucessores, gerenciamento de riscos ao negócio e às estratégias, implementação de estratégias, compliance, gestão do conhecimento e gestão do desempenho. Tratam-se das estruturas e sistemas que integram o pano de fundo da operação e dela se diferenciam.
Assim como nas qualificações, esse aspecto é negligenciado por diversas organizações. Há casos em que a mesma equipe que se dedica profundamente ao desenvolvimento, implementação e controle dos processos produtivos marginaliza as discussões sobre os processos de gestão.
Por isso, a profissionalização na gestão pode ser identificada como o meio de redução dessas deficiências em competências e processos, migrando para padrões e referências mais efetivas. Trata-se de algo fundamental para garantir a sobrevivência e continuidade da empresa no longo prazo.
Quais são as vantagens de profissionalizar a gestão?
À medida que a empresa substitui estruturas e sistemas pouco eficientes e reduz as lacunas de competência, a profissionalização na gestão ganhará corpo, originando uma série de benefícios. As principais vantagens são as listadas a seguir.
Tomar decisões mais efetivas
A profissionalização produz efeitos de curto prazo, relativos à tomada de decisões, principalmente em cenários de incerteza. Os sistemas e os processos de gestão fornecem fatos e dados que subsidiam a análise necessária para efetuar boas escolhas.
Nesse sentido, a organização é capaz de amenizar os riscos, mesmo em cenários de grande incerteza, justamente aqueles em que os gestores estão mais expostos a decisões catastróficas.
Otimizar processos
Para serem profissionais, os processos devem incorporar padrões e seguir referências comprovadamente mais eficazes. Nascem, então, relações otimizadas de entradas e saídas: o sistema será capaz de entregar outputs quantitativa ou qualitativamente superiores, demandando inputs inferiores.
Trata-se da clássica ideia de “fazer mais com menos”. A título de ilustração, veja os quatro pontos que podem ser otimizados.
Quantidade de entradas
O processo demanda menos tempo, dinheiro, esforço, materiais, insumos etc. para funcionar.
Qualidade de entradas
Obtém-se o mesmo resultado com entradas mais econômicas.
Quantidade de saídas
A partir dos mesmos inputs, amplia-se o número de unidades produzidas.
Qualidade de saídas
Aumenta-se o valor agregado, em termos de satisfação, eficiência, flexibilidade etc.
Reduzir custos
O impacto nas decisões e na otimização de processos conduz à redução de custos. Afinal, além de diminuir o consumo de entradas (dinheiro, tempo, insumos, esforço etc.), evita-se desperdícios, prejuízos e despesas para corrigir rumos.
Criar condições de crescimento
Os colaboradores qualificados e o uso sistemático de bons processos preparam a empresa para a retomada do crescimento. No médio e longo prazos, a profissionalização reduz as turbulências em cenários adversos, mantendo um nível de competitividade superior ao dos concorrentes e permitindo que a organização trate de assuntos relevantes para o seu sucesso.
Tais temas dizem respeito à compreensão das oportunidades e ameaças do mercado, como análise de tendências, do comportamento e das preferências dos clientes, dos riscos atuais e futuros e das competências necessárias. Assim, é possível se antecipar e tomar boas decisões para superar os concorrentes e criar as condições ideais para o crescimento.
Qual o momento certo de iniciar a profissionalização na gestão?
Muitas organizações só procuram a profissionalização em momentos de crise, de baixo desempenho, de redução de mercado e de perda de clientes. Na verdade, há casos em que empresas chegam à beira da insolvência, antes de tomar uma atitude.
No entanto, embora esteja frequentemente associada aos planos de recuperação do negócio, a medida não visa apenas à sobrevivência das organizações. O momento ideal para a profissionalização coincide com a perspectiva de ganhar escala ou com a definição de estratégias arrojadas para o crescimento.
Em tais casos, verifica-se a necessidade de estruturação da gestão e de qualificação dos colaboradores para permitir uma caminhada planejada e controlada. Por isso, entenda essas medidas como verdadeiros preparativos para alçar voos.
Como implementar a profissionalização na gestão?
A profissionalização na gestão requer a redução das lacunas de competência dos profissionais e de eficiência dos processos. Não à toa, o CEO terá o papel fundamental de patrocinar o projeto, reconhecendo a necessidade de mudança e engajando as pessoas nessa direção. Veja as principais etapas a seguir.
Diagnóstico
Reconhecer as deficiências existentes na gestão e na tomada de decisão, bem como o que a empresa perde e o que ela deixa de ganhar com essas dificuldades. Aqui, é importante investigar as causas dos problemas. Afinal, em muitos casos, as empresas convivem com o subdesempenho satisfatório e acreditam que não há nada a ser feito.
Planejamento
Estabelecer medidas para reduzir as deficiências na gestão e na qualificação dos colaboradores. Veja alguns pontos a serem considerados:
- sucessão de líderes pouco capacitados em gestão;
- estruturação de sistemas de indicadores;
- investimento em tecnologia;
- criação de programas de treinamento;
- adoção de bons modelos de referência da gestão;
- otimização de processos.
Além disso, é importante dar uma atenção especial para a cultura organizacional, identificando aspectos como conformismo e protecionismo, que dificultam as mudanças mesmo quando são essenciais para a sobrevivência do negócio.
Execução
Implementar efetivamente as mudanças com processos adequados de governança e de gestão, patrocínio incondicional da estrutura de governança (conselhos, diretoria), inconformismo com o “subdesempenho satisfatório” e o desejo pela obtenção de resultados extraordinários.
Nessa etapa, o suporte técnico será fundamental. Ao buscar o auxílio de consultores, as empresas contam com as melhores práticas do mercado, obtendo um direcionamento seguro e resultados mais imediatos.
Por isso, para alcançar a profissionalização na gestão, o ideal é investir em conhecimento e experiência. Só assim, os desafios de realizar mudanças profundas em uma organização serão superados com tranquilidade.
Para entender como sua empresa pode ser ajudada, entre em contato com a nossa equipe e conheça nossa consultoria de diagnóstico de processos!
Colaboração de Vitor Hofmann